O agricultor Daniel Loretti aposta no sistemaconsorciado de plantio.Foto: Sucena Shkrada Resk/ICV 4e5c3a
Na região Norte de Mato Grosso, exemplos de práticas sustentáveis de agricultura familiar servem de modelo para outros pequenos produtores rurais. Uma dessas experiências é de Daniel Loretti da Silva, 50 anos, que desde 1992, vive da produção em seu sítio, no município de Apiacás, distante cerca de 1 mil quilômetros de Cuiabá. Nos últimos anos, o pequeno produtor rural aumentou o rendimento da família, ao adotar a prática de sistema consorciado com batata, quiabo, milho, melancia e tomate. O modelo de produção tem obtido bons resultados, com a conquista de espaço no mercado local, ao comercializar com regularidade para supermercados no próprio município.
“Plantar me dá prazer. A gente, desde que nasceu, foi criado no meio da agricultura. Gosto de ver a nossa produção nas prateleiras do mercado daqui. Eu me sinto orgulhoso. Não precisam trazer de fora os alimentos, porque têm a opção de comprar da gente que produz na nossa própria terra. Do jeito que plantamos, temos menos desgaste do solo, o que garante os cultivos o ano todo. Só de tomate, conseguimos cinco safras”, diz o agricultor. Silva também vende o que cultiva em uma barraca no centro da cidade e destaca que o cuidado com a produção é dividido com o filho e a esposa. “A rotina começa às 5h até às 11h e depois das 15h até à noite”, conta.
Marcelo Soares de Oliveira, secretário de Agricultura, Meio Ambiente, Indústria, Comércio e Turismo de Apiacás, explica que Silva é um dos agricultores familiares do município que recebem a assistência técnica da pasta e consultoria para a comercialização dos produtos e compra de insumos. O objetivo, segundo ele, é valorizá-los, e ao mesmo tempo evitar o êxodo rural. Para isso, também está sendo iniciada uma campanha local para destacar os produtos de Apiacás, nas gôndolas dos supermercados.
“A qualidade da produção é uma preocupação. Métodos simples, como o sistema rotativo e com irrigação por meio de gotejamento, com utilização mínima de defensivos agrícolas, auxiliam a potencialização da agricultura familiar no município”, explica. Segundo ele, neste conceito de práticas mais sustentáveis, também são adotadas mais rotinas no dia a dia desses pequenos produtores rurais, como o controle da qualidade do solo. “Ainda é adotado o controle biológico de pragas, com uso de feromônios, por exemplo, no cultivo de tomates e a adubação verde com leguminosas, utilizando crotalária, amaranto e feijão guandu, entre outros para fixar nitrogênio no solo”.
Irene Duarte, coordenadora da Iniciativa de Municípios Sustentáveis (IMS) do ICV, explica que este tipo de iniciativa local é apoiado pela organização e vem ao encontro das propostas estaduais do Programa Mato-Grossense de Municípios Sustentáveis (PMS) e da Estratégia Produzir, Conservar e Incluir (PCI), esta última relacionada agricultores familiares, que a instituição auxiliou a constituir os princípios. O ICV também desenvolve um trabalho de apoio à agricultura familiar, por meio da Iniciativa de Desenvolvimento Rural Comunitário (IDRC), no município de Cotriguaçu, no noroeste do Estado.
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