Um grupo de mulheres agricultoras levou para a Expocotri uma receita de segurança nutricional e valorização da sociobiodiversidade. O 1º Festim Gastronômico da Sociobiodiversidade levou para a exposição agropecuária anual de Cotriguaçu exemplos de como inserir no cardápio diário das famílias produtos naturais com sabores incomparáveis. 4y6t3l
O Festim Gastronômico foi idealizado como um festival popular, de valor ível, para que toda a sociedade pudesse ter o aos produtos. O cardápio foi elaborado pelas mulheres dos grupos Mulheres Esperança, Mulheres da Paz, Mulheres Unidas e Mulheres Liberdade, e da Associação dos Coletores e Coletoras de Castanha do Brasil do PA Juruena (ACAJ). Todos grupos participantes do Projeto Redes Socioprodutivas, do ICV, que trabalham com as cadeias do cacau, babaçu e castanha-do-brasil.
“É a primeira vez que participamos de um evento como este e ficamos muito felizes quando recebemos o convite. É uma chance de divulgar nosso trabalho, para assim conseguirmos aumentar a comercialização e consequentemente melhorar e aumentar nossa produção”, diz Dona Maria Nazaré de Oliveira, coordenadora do grupo Mulheres Liberdade, do PA Colniza.
Maria Nazaré conta que o grupo é formado por 12 mulheres e trabalha com óleo do coco e do babaçu, farinha de babaçu, bolachas e artesanatos. “A cada atividade que fazemos junto com o ICV aprendemos muito. Antes as mulheres da nossa comunidade só cuidavam de casa e não tinham renda, agora formamos este grupo para mostrar que as mulheres têm direitos, capacidade e liberdade para conquistar seu próprio dinheiro”, conta a coordenadora do grupo.
Durante o evento, os visitantes puderam degustar quatro pratos produzidos com ingredientes como a castanha, o babaçu, o cacau e a pupunha, todos preparados pelas mulheres agricultoras. As duas opções de pratos salgados foram o pão de babaçu aromatizado com ervas finas, fio de creme de pupunha e porco de lata desfiado; e o espaguete de palmito de pupunha com molho aromático da floresta, acompanhado com cachaça do fruto da palmeira patuá.
As duas opções doces foram o sorvete de cacau artesanal cremoso com nibs de amêndoa de cacau torrada e fio caramelizado de castanha-do-brasil; e doce pastoso de cacau artesanal cremoso ao leite de fazenda, com nibs de amêndoa de cacau torrada e bolacha de babaçu.
“Achei maravilhoso, um verdadeiro festival de sabores, coisas diferentes e saborosas. Nunca imaginei que poderia fazer a farinha de babaçu para pão e bolacha, e que o produto final fosse tão saboroso. Estou encantado!”, afirmou Maurício César Bento, morador de Cotriguaçu que degustou as iguarias oferecidas no Festim Gastronômico. “O que mais me surpreendeu foi o espaguete de palmito da pupunha. Ficou maravilhoso, com certeza vou consumir mais vezes e indicar para os amigos. Produzindo esses alimentos, essas mulheres guerreiras estão ensinando para nós que a floresta vale muito mais em pé do que no chão”, completou Maurício.
O objetivo principal do evento foi divulgar a produção agropecuária socialmente inclusiva e livre de desmatamento, mostrando produtos produzidos na região que fortalecem a agricultura familiar e contribuem com o empoderamento feminino.
“Os grupos de já participaram da Expocotri em anos anteriores, mas sem visibilidade. Este ano pensamos que esta seria uma grande chance de fazer com que elas pudessem mostrar seus produtos de uma forma diferente”, conta Thiago Neves, assessor técnico do projeto Redes Socioprodutivas responsável pelas cadeias do babaçu e castanha.
Thiago explica que a ideia de realizar um festim gastronômico popular era proporcionar à população a oportunidade de experimentar a produção feita por mulheres da própria região, dando uma ideia do que é possível fazer com ingredientes da floresta.
“Foi um momento muito produtivo, marcado pelo empoderamento dessas mulheres, um momento de transformação e fortalecimento desses grupos. Nesse Festim, tivemos a oportunidade de unir grupos de mulheres que trabalham diferentes cadeias produtivas”, aponta Thiago Neves.
O 1º Festim Gastronômico da Sociobiodiversidade aconteceu no dia 1º de setembro, durante a 14ª Expocotri. O evento foi uma realização do projeto Redes Socioprodutivas, que trabalha com hortifrutigranjeiros, pecuária leiteira, café, castanha-do-brasil, cacau e babaçu. Realizado pelo Instituto Centro de Vida, com apoio do Fundo Amazônia e duração prevista de dois anos, o projeto tem o desafio de fortalecer cadeias socioprodutivas com atratividade econômica que ajudam a manter a floresta em pé.
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