O feriadão foi de estudo e troca de experiências sobre a produção orgânica para um grupo de 100 pessoas em Alta Floresta. Realizado nas chácaras Novo Horizonte e Vida Verde no sábado, dia 13, o Dia de Campo sobre a Produção Orgânica colocou em contato famílias que produzem hortifruti convencional e orgânico, certificados e não certificados. 5z2l2z
O Dia de Campo, promovido pelo Instituto Centro de Vida (ICV) e Associação dos Produtores Orgânicos de Alta Floresta (Aspoaf), é parte das atividades do projeto Redes Socioprodutivas, que apoia a produção da agricultura familiar na região Norte e Noroeste. Desde o começo do ano, o projeto têm feito visitas técnicas a grupos de agricultores convencionais e orgânicos, fornecendo e para sua produção e comercialização. Essas atividades permitiram que os técnicos compreendessem as técnicas utilizadas e as dúvidas frequentes no dia a dia das famílias produtoras orgânicas e convencionais.
“Muitas famílias produtoras não conheciam a prática adotada na produção orgânica e tinham vontade de aprender. Por isso nós pensamos nesse dia de campo envolvendo a Aspoaf, uma associação que já tem o selo de certificação orgânica”, conta o técnico do ICV Luan Cândido da Silva. A primeira atividade do Dia de Campo foi uma apresentação da Aspoaf, que surgiu em 2008 e foi formalizada em 2011. “Procuramos mostrar que a dificuldade não existe, o que existe é uma barreira entre o convencional e o orgânico. Precisamos desmistificar essa ideia de dificuldade, porque a própria natureza ajuda no manejo dos produtos”, explica Glaucinei Realto, sócio da Asposf.
Glaucinei também abordou outro mito da produção de orgânicos, a de que os estes produtos são mais caros. “Precisamos desmistificar a ideia de que o orgânico tem o custo maior. Buscamos mostrar que este é um grande negócio, que os consumidores estão cada vez mais conscientes sobre a importância dos produtos orgânicos. Produzindo da maneira correta, conseguimos fornecer a um valor ível, que compete de igual com o produto convencional”, conta o produtor, que recebeu a turma do Dia de Campo em sua Chácara Vida Verde.
Aspectos fisiológicos de hortaliças e os cuidados necessários na colheita, transporte e manipulação dos alimentos foram apresentados durante a visita às propriedades de produção orgânica. Na Chácara Novo Horizonte, da família Rufino, o agricultor José Rufino ficou orgulhoso de receber a turma de intercambistas. “Este encontro foi muito importante, foi a oportunidade de ar para meus colegas de profissão um pouco do meu conhecimento” conta José. “Visitamos os canteiros e respondemos algumas perguntas relacionadas à preparação do solo, plantio, adubação, irrigação e várias outras que foram surgindo ao longo do dia. E sanar dúvidas minhas também, porque foi uma troca de experiências”, completa.
Na roda de conversa que encerrou a programação do dia, todos tiveram oportunidade de esclarecer suas dúvidas, expor seus pontos de vista e avaliar o encontro. Ana Barbosa Ferreira, da Associação de Mulheres de Nova Monte Verde (Amuverde), ficou animada em rear os aprendizados para suas colegas associadas. “Já produzimos alimentos orgânicos, mas não da maneira que vi hoje. Aprendi muito e agora volto pra casa mais animada em continuar e ar para minhas colegas que não puderam vir”, diz Ana.
A agricultora também destacou o impacto do projeto Redes Socioprodutivas para sua comunidade. “Depois que o ICV começou a trabalhar com a nossa Associação, as coisas mudaram. Estamos com 30 mulheres, todas empenhadas em produzir cada vez mais e com qualidade. O empenho do ICV em nos ajudar está sendo muito importante para nós”.
Para o agricultor Sérgio Farias Feitosa, sócio da Cooperativa Coopervila, de Paranaíta, o Dia de Campo trouxe conhecimento técnico e exemplo de vida. “Foi maravilhoso! Já tive a oportunidade de participar de outros dias de campo, mas não vi na prática o que pude ver hoje: como é preparado o solo, o plantio, a adubação, e todo o processo de produção”, enumera o agricultor. “Mas o que mais me chamou atenção foi ver o quanto o seu José Rufino produz em apenas um alqueire de terra e sustenta toda sua família com essa produção. Vou mudar definitivamente para o orgânico. É um sonho antigo, mas achava muito difícil. Depois do que aprendi hoje, tenho certeza que dará certo”, disse Sérgio.
Na avaliação do técnico do ICV Eduardo Darwin, Sérgio Feitosa não foi o único a sair do encontro animado em adotar a produção orgânica. “Várias pessoas que não trabalham com produtos orgânicos mostraram grande interesse em iniciar o processo. A atuação do projeto vem provocando mudança na qualidade do produto e chamando atenção para um mercado diferenciado. Essa provocação contribui muito para que surja o interesse”, conta Eduardo.
O projeto Redes Socioprodutivas é uma iniciativa do Instituto Centro de Vida apoiado pelo Fundo Amazônia/BNDES. Iniciado em janeiro de 2018 possui previsão de execução de 30 meses e foco em 6 cadeias socioprodutivas – castanha, babaçu, hortifrutigranjeiros, leite, cacau e café. A iniciativa atua diretamente com associações e cooperativas de agricultores familiares distribuídos nos municípios de Alta Floresta, Paranaíta, Nova Monte Verde e Nova Bandeirantes, na região Norte de Mato Grosso, e Cotriguaçu e Colniza, na região Noroeste.
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