Andrés Pasquis / ICV
Conhecer outras experiências relacionadas com a pecuária sustentável. Esse foi o objetivo da viagem realizada por oito pecuaristas de Alta Floresta e Cotriguaçu, municípios localizados em Mato Grosso, parceiros do Instituto Centro de Vida (ICV) num projeto de pecuária sustentável, para conhecer a Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa), o frigorífico JBS e a associação Novilho Precoce localizados em Campo Grande, Mato Grosso do Sul.
Acompanhados por técnicos do ICV, os produtores iniciaram suas visitas, na última quinta-feira (27/11) pela Embrapa Gado de Corte, que acumula, desde sua criação, em 1970, cerca de 1.200 variedades de pastagens, 6.000 contando as espécies híbridas, resultado de muita pesquisa científica. O principal interesse dos pecuaristas nesta etapa foi sobre a morte súbita. Haroldo de Queiroz, difusor de tecnologias da Embrapa, explicou que podem existir vários fatores dependendo do tipo da pastagem, mas que a morte súbita surge a partir de um processo comum, que envolve principalmente a perda de fertilidade do solo, o estresse ambiental e o aparecimento de pragas.
Por essas razões, o uso adequado do solo a um bom manejo das pastagens são imprescindíveis na pecuária. “Não existe um capim milagroso. As pastagens são um cultivo, que deve ter um planejamento e manejo cuidadoso, não é um acontecimento ao léu”, reforçou Vando Telles, coordenador da Iniciativa Pecuária Integrada do ICV.
O grupo mato-grossense visitou também a Associação Sul-matogrossense de Produtores de Novilho Precoce (ASPNP), cujo objetivo é influenciar e atuar no mercado da carne, propondo um produto de qualidade e origem sustentável, baseando-se na parceria e no trabalho com produtores, frigoríficos e varejo. “Para isso, trabalhamos junto com os pequenos e médios produtores, misturando diálogo, ensino e tecnologia. Um dos aspectos mais importantes da parceria com a associação é o associativismo”, enfatizou Klaus Machareth, supervisor técnico da entidade. “Em contrapartida, os produtores terão o a um novo mercado, com possibilidades de incentivos e bonificações. Somos como uma família, cujas bases são confiança, compromisso e responsabilidade”, revelou Alexandre Scaff Raffi, presidente da ASPNP.
O esforço para obter uma carne de melhor qualidade e atender a uma demanda crescente do mercado nacional e internacional exige atenção nas diferentes escalas da produção e comercialização do novilho precoce. Por isso a comitiva visitou também o frigorífico da JBS de Campo Grande onde foi possível testemunhar o controle de qualidade exercido pela ASPNP, tanto na desossa quanto na pesagem das carcaças. Técnicos da associação estão presentes, comparando os resultados obtidos pelo frigorífico com os da balança da Associação Novilho Precoce.
Antes de finalizar a viagem, os produtores falaram das suas impressões sobre o que viram e ouviram. “É preciso continuar trocando experiências e aprendendo com nossos erros, para fazer cada vez melhor”, disse Aldo Danetti. Seu filho, Gustavo, enfatizou que “depois desta viagem, acreditamos estar no bom caminho. Como se diz, é preciso ver para crer. No entanto, precisamos nos unir mais, pois nosso futuro depende disso. A união faz a força”. “Para nós de Cotriguaçu, foi essencial perceber a importância do agrupamento e
fortalecimento do grupo de pecuaristas da região. Criar um estratégia, uma ideia única e se dedicar a ela”, disse Gilberto Siebert Filho.
Eduardo Florence, coordenador do projeto Pecuária Integrada de Baixo Carbono do ICV, concluiu ressaltando os aspectos mais importantes da viagem: “Acho que após estes dias extremamente produtivos, podemos ressaltar cinco palavras: o conhecimento, na troca de experiências e capacitações; a organização, nas nossas práticas e gestão de propriedades; o associativismo, entendendo que enfrentamos problemas e desafios comuns; a valorização, da nossa prática, parceiros e de nós mesmos; e, finalmente, a continuidade, já que o futuro depende de todos nós e, sobretudo, dos produtores”.
O Projeto Pecuária Integrada de Baixo Carbono
O projeto Pecuária Integrada de Baixo Carbono (PIBC) tem como objetivo contribuir para desenvolver uma agenda de municípios sustentáveis por meio da implantação de um programa de Boas Práticas Agropecuárias com ênfase em uma economia de baixa emissão de carbono. O projeto é desenvolvido pelo ICV, com apoio do Fundo Vale e da Fundação Moore e tem como parceiros a Embrapa, o Sindicato Rural e a Prefeitura Municipal de Alta Floresta.
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