Discutir e integrar as diferentes visões dos setores envolvidos nas cadeias produtivas, visando a construção de um território sustentável nos municípios de Alta Floresta, Carlinda e Paranaíta a partir de uma abordagem territorial. Este foi o objetivo do encontro Soja sustentável: uma abordagem territorial, que reuniu produtores e entidades ligadas ao tema na última sexta-feira, 19, na Câmara de Dirigentes Lojistas em Alta Floresta.
A discussão partiu da apresentação de Joyce Brandão, do Solidaridad, que trouxe um panorama do papel crescente dos compromissos de mercado para a melhoria do padrão de sustentabilidade das commodities produzidas em todo o mundo e a preocupação sobre o impacto nas regiões produtoras.
Na mesma linha, Paula Bernasconi, especialista em gestão ambiental do Instituto Centro de Vida (ICV), abordou a relação entre cadeias produtivas responsáveis e a abordagem territorial. A ideia busca conciliar objetivos sociais, econômicos e ambientais de uma região, garantindo as atividades locais ao mesmo tempo em que considera compromissos e planos estaduais, nacionais e internacionais, diferenciando regiões conforme suas características e desempenhos. Este tipo de abordagem, conforme apresentado por Paula, permite aumentar a escala da produção sustentável; promove o protagonismo dos governos e atores locais, estimulando-os a promover a produção sustentável em seus territórios e possibilita a integração e sinergia de políticas públicas com mecanismos de mercado (os acordos de cadeia), potencializando ambos em torno de uma visão e um conjunto de critérios compartilhados.
Para que o produtor da região não fique impedido de comercializar sua soja, é importante que todo cultivo seja feito em áreas abertas até julho de 2008.
A especialista também ressaltou a importância de políticas públicas como o Programa mato-grossense de Municípios Sustentáveis (PMS), a estratégia Produzir, Conservar e Incluir (PCI) e o Programa de Regularização Ambiental (PRA). Todas, conforme ela, “contribuem no direcionamento de recursos para apoiar as regiões e setores que carecem de falta de informação e dificuldade de realizar por conta própria investimentos em produção sustentável, como a agricultura familiar”. O cenário, segundo a especialista, é de oportunidades para que tiver uma produção responsável na região, uma vez que os compradores não querem mais ser associados às áreas com desmatamentos e, com isso, ter sua reputação em risco. Outro fator é que regiões que se destacarem pela produção sustentável, sem desmatamento, terão mais facilidade de o ao mercado, podendo atrair, inclusive, recursos e investimentos.
Os os do PRA foram ressaltados por Lucélia Denise, da Federação da Agricultura e Pecuária do Estado de Mato Grosso (Famato) que tocou em pontos polêmicos como a autorização provisória de funcionamento (APF) além de ressaltar mudanças que podem ocorrer no processo de migração do Cadastro Ambiental Rural já feito para o novo sistema nacional – Sicar. Lucélia listou uma série de exigências que as propriedades rurais precisam cumprir para estar de acordo com a legislação.
Cindy Moreira, coordenadora de Sustentabilidade da Associação Brasileira das Indústrias de Óleos Vegetais (Abiove) falou sobre o papel do mercado na promoção de cadeias sustentáveis e destacou a Moratória da Soja, que é um compromisso de mercado que envolve governo (MMA, Banco do Brasil, Inpe e Sema – MT e PA), sociedade civil (ONGs), e setor empresarial (Abiove, , Amaggi, Anec, Bunge, Cargill, Louis Dreyfus, Fiagrill e European Consumers). Essas empresas não comprarão soja cultivada em áreas desmatadas nos últimos anos (após julho de 2008) no bioma Amazônia. Dessa forma, para que o produtor da região não fique impedido de comercializar sua soja, é importante que todo cultivo na região seja feito em áreas sem novos desmatamentos.
Soja sustentável: uma abordagem territorial encerrou com o relato de experiência de Mauro Wolf, produtor de Nova Canaã, que realiza integração lavoura-pecuária-floresta. “É uma ótima opção pois sempre tem uma alternativa a mais, as atividades podem trabalhar juntas”, avaliou Wolf.
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