Alimentos como farinha de mandioca, açaí, castanha-do-Brasil, peixe e banana-da-terra agora fazem parte do cardápio da merenda escolar das escolas indígenas estaduais Apiaká-Kayabi de Juara, no interior de Mato Grosso. Tudo o que é servido para os estudantes é produzido pelas mulheres indígenas da região, que participaram da chamada pública para aquisição de alimentos para o município. 1y2s2z
Esse momento é histórico, já que antes os alimentos servidos seguiam um cardápio convencional, com produtos que vinham em sua totalidade de fora dos territórios indígenas e muitas vezes não representavam a preferência alimentar das crianças indígenas. Agora, os estudantes irão comer alimentos tradicionais e, com isso, é estimada a inserção de R$36 mil por ano na economia das comunidades.
Conforme explicou o analista socioambiental do Instituto Centro de Vida (ICV), Odair Fagundes, o processo para a participação das mulheres indígenas começou com uma articulação da Comissão de Alimentos Tradicionais dos Povos no Mato Grosso (Catrapovos-MT).
“Mobilizamos a Secretaria de Estado de Educação (Seduc) para a realização de editais específicos. Em seguida, elaboramos um cardápio junto dos diretores das escolas pensando nos principais alimentos consumidos pela comunidade. O edital foi preparado com base no quantitativo de alunos, das escolas, dos produtos solicitados e do recurso disponível”, disse.
A compra de alimentos tradicionais resulta na valorização da cultura alimentar da comunidade, em uma alimentação mais saudável, no desenvolvimento econômico local e no empoderamento das mulheres em processos de produção e comercialização.
A representante do povo Apiaká, da aldeia Mayrob, Lucimara Morimã, contou que tudo o que era produzido na comunidade antes da chamada pública não era comercializado. A luta para conseguir ter uma renda proveniente da produção era antiga.
“É uma vitória para o povo Apiaká, de a gente conseguir ter esses alimentos dentro do cardápio das escolas. Ter esse contato com a comida não só dentro de casa, mas também dentro da escola. Deles saberem dos alimentos, como é feito”, disse. “Queremos uma melhoria para comunidade, então financeiramente também vai ajudar muito as famílias”.
No mesmo sentido, a representante do povo Kayabi, Nilzete Sirayup, contou que a participação no edital só foi possível após oficinas sobre o funcionamento do Plano Nacional de Alimentação Escolar (PNAE) e também sobre a documentação necessária.
“É a primeira vez que a gente participa dessa chamada pública, então está sendo uma experiencia nova. Foi bem prático. Tivemos uma equipe para nos ensinar a calcular o peso, saber os números, pegar os nossos documentos.”
Por parte do ICV, a mobilização para realização do edital foi feita por meio do Projeto Assobio, que conta com o e dos Estados Unidos da América por meio da Agência dos Estados Unidos para o Desenvolvimento Internacional (USAID). Esse conteúdo é de responsabilidade do ICV e não necessariamente reflete os posicionamentos da USAID ou do governo dos Estados Unidos.
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