Com o advento da pandemia em março, os agricultores familiares de Mato Grosso se depararam com o desafio de minimizar o impacto da parada e diminuição das atividades comerciais na renda familiar. 2i522f
Para se adaptar ao período, as famílias sentiram a necessidade de ar e utilizar meios de comunicação digitais, úteis para as vendas dos produtos e para organização da gestão das comunidades rurais.
Foi o que ocorreu no dia 22 de setembro, quando o projeto Redes Socioprodutivas realizou uma reunião virtual com representantes das associações, grupos e cooperativas. Esse foi o 5º Encontro de Parceiros do projeto e o primeiro realizado de forma remota, em uma reunião online.
Implementado pelo Instituto Centro de Vida (ICV) com apoio do Fundo Amazônia/BNDES, o projeto assessora 17 organizações comunitárias na região norte e noroeste de Mato Grosso com apoio nas cadeias produtivas de hortifrutigranjeiros, pecuária leiteira, café, castanha-do-Brasil, cacau e babaçu com métodos de produção sustentáveis e economicamente viáveis.
No encontro, os técnicos e assessores do ICV e os produtores familiares avaliaram a situação e os impactos da pandemia em cada organização, compartilharam as atividades desenvolvidas no último ano de projeto e discutiram as estratégias de continuidade das ações para o fortalecimento da agricultura familiar na região.
“Esses momentos são importantes para ouvir dos coletivos como estão as atividades e as perspectivas. A partir disso, a gente elabora o planejamento do trabalho. Estávamos preocupados com o o à internet, mas conseguimos fazer e ter um bom número de pessoas”, afirma Luan Cândido, um dos técnicos do ICV e que enviou um vídeo aos participantes explicando o funcionamento da plataforma online antes do evento.
Camila Rodrigues, coordenadora do Programa de Negócios Sociais do ICV, também afirma que a iniciativa é importante para a mobilização dos agricultores familiares em toda a região.
“Quando se promove espaços para colocar as organizações juntas, elas se percebem como um grupo muito maior que compartilham desafios similares, independente da cadeia, do município e da comunidade, e, portanto, podem encontrar soluções conjuntamente”, diz.
Como resultados desses encontros, Camila cita a criação da primeira rede não indígena de certificação de orgânicos de Mato Grosso, a Rede de Produção Orgânica da Amazônia Mato-grossense (REPOAMA), e a Rota Local, projeto que apoia a logística de produtos da agricultura familiar da região em Alta Floresta, principal centro urbano da região, e que garante renda às 17 famílias atendidas durante a pandemia.
NOVAS FORMAS DE COMUNICAÇÃO
O o às novas tecnologias, como internet e equipamentos que possibilitaram a realização do encontro virtual, entretanto, ainda é deficitário.
Um levantamento realizado pelo Programa de Negócios Sociais do ICV mostrou que o o à internet é inexistente ou limitado na área rural da região.
Principal centro urbano da região, Alta Floresta conta com 43,3% dos agricultores familiares com o à internet. Em Cotriguaçu, são 13,6%, Paranaíta, 14,3%, Nova Monte Verde, 33,2% e Nova Bandeirantes, 34,2% das famílias conectadas.
É um desafio que busca ser superado cotidianamente pelos produtores e um dos que mais afeta as comunidades rurais durante o período de crise.
“A pandemia veio para ensinar a gente a viver de forma diferente, é como eu entendo. Mas a gente tem que encarar de frente esses problemas, não podemos correr”, disse o produtor rural Mário Sérgio do Nascimento, integrante da Associação dos Produtores de Leite de Nova Monte Verde (APLMNV).
Participar de uma reunião remota, por exemplo, foi novidade para Mário. “Mas gostei demais, esclareceu dúvidas, tivemos esse contato com todos.”
Para Claudecir dos Santos, da Cooperativa Agropecuária Mista Ouro Verde (Comov), de Alta Floresta, o isolamento físico foi mais fácil para as pessoas na área rural do que na cidade. “A gente não tem uma vida social tão ativa como na vida urbana, ficamos aqui com a natureza, então não tivemos muita dificuldade de adaptação”, afirma.
O o tecnológico limitou o número de participantes no encontro, mas os aprendizados do período permanecerão após a crise sanitária. “A gente precisa construir cada vez mais tirar proveito das tecnologias, isso otimiza muitos processos, pode conseguir resolver questões de forma mais rápida”, avalia Camila.
ASSESSORIA À DISTÂNCIA
Os primeiros testes já aconteceram. Além do encontro, desde março a assessoria técnica do ICV ou a ser realizada remotamente, por meio de ligações telefônicas e aplicativos de mensagens.
Como resultado das demandas dos próprios agricultores familiares e pelo o precário à internet que limitava os atendimentos às famílias, em agosto a instituição retomou parcialmente as atividades em campo com um protocolo de segurança sanitário.
Para que as medidas de segurança sejam devidamente implementadas, também foi lançada uma campanha de comunicação para o retorno das atividades.
No encontro virtual, o diretor executivo do ICV, Renato Farias, também comemorou o fato de que não houve óbitos pelo coronavírus entre as famílias envolvidas no projeto e reforçou a importância do aprendizado neste momento.
“Tivemos que pensar nas inovações, fazer a assessoria distante e seguir identificando as demandas das regiões”, comentou.
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