Daniela Torezzan / ICV O ditado popular que diz “onde há fumaça há fogo”, infelizmente, pode ser perfeitamente aplicado em Mato Grosso. O estado registrou 11.969 focos de calor entre o dia primeiro de janeiro e 31 de agosto deste ano – um aumento de 96% se comparado ao mesmo período do ano ado, quando o total detectado ficou em 6.097 focos, segundo o satélite AGUA, usado como referência pelo Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE) nesse monitoramento. 4a42a
Três municípios contabilizam mais de 500 focos nos oito primeiros meses deste ano. Feliz Natal aparece no topo da lista, com 584 focos, seguido por Colniza e Paranatinga, ambos com 558. Outros quatro municípios tiveram mais de 400 focos registrados durante o período: Gaúcha do Norte (468), Campinápolis (455) , Tangará da Serra (420) e Nova Maringá (403).
Em relação ao ranking nacional, Mato Grosso ocupa a segunda posição, ficando atrás apenas do Maranhão, que registrou 15.662 focos de calor entre janeiro e agosto deste ano. Em terceiro lugar está o Pará, com 8.363 registros.
Os números colocam Mato Grosso em alerta, pois apenas durante o mês de agosto foram registrados 6.195 focos de calor. Além disso, apenas nos primeiros cinco dias do mês de setembro, o estado já registra 1.451 novos focos.
Algo que chama a atenção é o fato que a maior parte das queimadas acontece durante o período em que essa prática é proíbida no estado, sendo considerado crítico por conta da seca.
Uma análise por tipologia fundiária realizada pelo ICV apontou que a maior parte dos focos registrados ocorreu em áreas rurais não cadastradas no Sistema Integrado de Monitoramento e Licenciamento Ambiental (SIMLAM), totalizando 4.304 ocorrências, seguido por áreas rurais cadastradas no SIMLAM, com 3.729 focos. Os registros mostram ainda 2.779 focos em Terras Indígenas, 1.013 em assentamentos rurais e 137 em Unidades de Conservação.
Tipologia Fundiária | N° de focos |
Não cadastradas no Simlam | 4304 |
Cadastradas no Simlam | 3729 |
Terras Indígenas | 2779 |
Assentamentos | 1013 |
Unidades de Conservação | 137 |
Áreas Urbanas | 7 |
TOTAL | 11969 |
Para Laurent Micol, coordenador executivo do Instituto Centro de Vida (ICV), o problema das queimadas em Mato Grosso é crônico e exige medidas mais contundentes por parte do governo para ser resolvido. “O fogo é um fenômeno cíclico e para combatê-lo é preciso um trabalho de prevenção, monitoramento e, principalmente, responsabilização. Se olharmos a lista dos municípios que mais queimam percebemos que há pouca mudança de um ano para outro. A atuação tem que focar nessas regiões, onde a punição efetiva terá um importante efeito didático”, disse.
De acordo com o coordenador, a responsabilização pelas queimadas ilegais é fundamental, pois, como os dados demonstram, a maioria acontece durante o período proibitivo. “A multa é apenas o primeiro o. É preciso fazer com que ela seja efetivada e, para isso, é preciso fortalecer a capacidade de gerar provas sobre a autoria das queimadas. Existem possibilidades e propostas concretas para isso, como a criação de um corpo de perícia, por exemplo.”, explica Micol.
O decreto estadual proibindo as queimadas em Mato Grosso teve início em 15 julho e vai até 15 de setembro, podendo ser prorrogado.
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